Treinador campeão pan-americano com a seleção brasileira masculina está de volta ao Handebol Azul e Preto após 20 anos
O handebol do Pinheiros está sob nova direção. A partir desta semana, o técnico Washington Nunes assume o comando da equipe masculina e a supervisão da modalidade mais vitoriosa entre as coletivas do clube considerado como o mais olímpico do continente. A estreia será neste sábado (20/8) fora de casa contra o LPH Sorocaba pelo Campeonato Paulista, às 16h. O Pinheiros é o vice-líder com cinco vitórias em seis jogos.
Nunes está abrindo sua segunda passagem pelo Pinheiros. Na primeira, de 1991 a 2002, acumulou títulos estaduais e do Campeonato Brasileiro, atual Liga Nacional, nas categorias juvenil, júnior e com o time adulto. Em 2002 se transferiu para São Caetano, onde permaneceu até 2016, quando passou a dedicar-se exclusivamente à seleção brasileira. Na última temporada, foi campeão paulista júnior e vice no adulto com o Corinthians/Guarulhos.
Em 2015, conquistou os Jogos Pan-Americanos de Toronto e em 2019 levou a seleção nacional à melhor colocação em mundiais, com o nono lugar no campeonato com sedes na Alemanha e Dinamarca. Foi auxiliar técnico nos Jogos Olímpicos de Atlanta, Pequim e Rio. Em 2020 deixou a seleção e fundou em São Paulo o CFHB – Centro de Formação do Handebol Brasileiro, com a meta da formação profissional baseada em conhecimento científico.
“Minha primeira missão no Pinheiros, é fazer um mapeamento de todas as áreas que envolvem o handebol para darmos continuidade ao trabalho vitorioso desenvolvido pelo Hortelan, por quase 30 anos no clube”, frisou Nunes, aos 59 anos, enaltecendo o ex-supervisor e treinador recentemente falecido, que se tornou sinônimo de handebol no Pinheiros.
Em 2002, quando Nunes deixou o Pinheiros, Hortelan assumiu a equipe adulta. “Ele era um cara que trazia muitas ideias. Quando saí do Pinheiros ele se tornou um dos meus principais adversários, o que foi essencial para o meu crescimento profissional. O momento exige cuidados, é necessário fazermos uma transição gradativa acolhendo a equipe que ainda sente a ausência do Hortelan”, ponderou o novo treinador.
Rivais emergentes – O cenário nacional do handebol masculino na última década, tem apresentado hegemonia da dupla Pinheiros e Taubaté. Nunes destaca o fortalecimento de outros times. “O período pós-pandemia, a partir de 2021, tem sido interessante para o handebol com equipes emergentes como, São José (SC), Itajaí (SC) e Corinthians, que passaram a jogar de igual para igual com o Pinheiros”, lembrou Nunes.
A exemplo de Hortelan, Nunes pretende acompanhar todas as categorias de perto, no masculino e feminino. “Minha ideia é de estar ao lado do Alex (Aprile, técnico do feminino) e todos os treinadores para que o Pinheiros apresente um modelo de jogo que seja peculiar ao clube. Nossos atletas são jovens e talentosos, o que garante competição, mas não assegura vitória. Vamos reescrever a história”, afirmou o técnico pinheirense.
O treinador quer aproveitar ao máximo o DNA de clube formador, principal característica do Pinheiros. “Temos de formar nossos atletas. A base do clube é fundamental. É muito grande o número de associados que não apenas jogam handebol, mas competem em alto nível. Esse processo com certeza vamos manter e, se possível, até aprimorar”, definiu Nunes.
Foto: Washington Nunes (Divulgação / CBHb)