O Brasil finalizou neste domingo (01) sua participação no Mundial de Judô realizado em Tóquio, mesmo local que sediará a próxima edição dos Jogos Olímpicos de 2020. Além de poder já ir se habituando ao local, os judocas também tiveram uma prévia de como será a nova modalidade de disputas que também passará a valer na próxima olímpiada, a disputa por equipe mista.
O Brasil que contou com 18 judocas para representar o país, dos quais sete eram atletas do Pinheiros. O Clube mais uma vez demonstrou a sua tradição na modalidade, que é a responsável por quatro entre as 12 medalhas olímpicas pinheirenses, estando presente na seleção que vivenciou mais um marco histórico para o judô do Brasil. O país conquistou um bronze por equipes mistas, superando Alemanha e Azerbaijão nas preliminares e só foi superado pela forte seleção do Japão, na semifinal.
Oitavas-de-Final: Brasil 4 x 3 Alemanha
No primeiro confronto, válido pelas oitavas-de-final, os adversários saíram na frente, com a Alemanha abrindo três a zero. No entanto foi possível reverter o resultado, com uma reação que começou com uma luta do pinheirense Rafael Silva (Baby), que derrotou Johannes Frey nas punições. Em seguida, Rafaela Silva descontou também com vitória nas punições sobre Theresa Stoll e, para empatar Eduardo Barbosa venceu Anthony Zing, que foi desclassificado da competição com um hansokumake direto após entrada que colocou em risco a integridade física do brasileiro. Com o empate em três a três foi preciso sortear uma das seis categorias para luta extra. O peso sorteado foi justamente o 73kg e devido a desclassificação do Zing anteriormente, Eduardo Barbosa não precisou nem lutar e garantiu a vitória brasileira.
Quartas-de-Final: Brasil 4 x 1 Azerbaijão
Já nas quartas-de-final a disputa foi contra o Azerbaijão, que havia derrotado Portugal nas oitavas. Para esse duelo, houve uma mudança na equipe com o judoca Eduardo Yudy (81kg), sendo escalado para a luta do 90kg no lugar de Rafael Macedo, onde projetou Mammadali Mehdiyev por ippon para abrir a contagem brasileira. Em seguida, Maria Suelen derrubou Iryna Kindzerska e concluiu a luta imobilizando a azeri para fazer dois a zero para o Brasil. Na luta dos pesados, Baby acabou sendo superado por Ushangi Kokauri, mas na sequência a equipe brasileira conseguiu mais duas vitória por ippon: um com Rafaela Silva (57kg) sobre Gultaj Mammadaliyeva e outro com Eduardo Barbosa (73kg) sobre Nijat Shikhalizada.
Semifinal: Brasil 0 x 4 Japão
O Japão trouxe aos tatames três campeões mundiais: Tsukasa Yoshida (57kg), Soichi Hashimoto (73kg) e Shori Hamada (+70kg). O confronto começou com uma surpresa na escalação do pesado feminino do Japão, com Shori Hamada (78kg), vice-campeã mundial em Tóquio, enfrentando a pesado do Pinheiros Suelen (+78kg). Hamada usou a estratégia de levar a luta para o chão e finalizou imobilizando a brasileira. Em seguida, David Moura foi superado por Kokoro Kageura. No terceiro duelo, a também campeã mundial, mas do lado brasileiro, Rafaela Silva entrou agressiva para buscar a revanche contra Tsukasa Yoshida, mas cedeu ao bom chão da japonesa que imobilizou Rafaela para fazer o terceiro ponto do Japão. Para fechar, Soichi Hashimoto, projetou Eduardo Barbosa (73kg) duas vezes garantindo a vitória por 4×0.
Disputa pelo Bronze: Brasil 4 x 2 Mongólia
Após não ter passado pela equipe do Japão, o Brasil seguiu na briga pelo bronze enfrentando a Mongólia, onde garantiu o placar por 4×2, contando com os dois pesados do Pinheiros: Rafael Silva e Maria Suelen Altheman. Na primeira luta, Rafael Silva Baby projetou Duurenbayar Ulziibayar por ippon e colocou o Brasil na frente. Rafaela Silva ampliou a vantagem em luta tática decidida nas punições contra Enkh-Otgon Losol. A Mongólia descontou com o ippon de Tsogtbaatar Tsend-Ochir sobre Eduardo Barbosa (73kg) na terceira luta. Maria Portela dominou Gankhaich Bold, forçou duas punições e projetou para marcar um waza-ari a poucos segundos do fim e fez o terceiro ponto brasileiro. Rafael Macedo (90kg) poderia ter decretado a vitória com um quarto ponto para o Brasil, mas parou nas punições diante de Altanbagana Gantulga.Já Suelen lutou contra Munkhtseteg Otgon e se impôs no combate, conseguiu projetar Otgon por waza-ari e logo conectou uma imobilização no solo para liquidar o duelo, fechando a última luta e quarta vitória para o Brasil.
O Diretor de Esportes Olímpicos e Formação do Pinheiros, Arnaldo Luiz Queiroz, comemorou o resultado e parabenizou a seção de judô como um todo e se demonstrou otimista em relação os Jogos Olímpicos do ano que vem.
“Parabenizo os judocas pinheirenses que participaram do Campeonato Mundial do Japão 2019, mando um abraço especial aos nossos medalhistas de bronze da equipe mista. Lembrando que vai valer medalha olímpica no ano que vem e o fato do Brasil ter subido no pódio ao lado do Japão, França e Rússia, que sem dúvida são as principais potências mundiais do judô, mostra que estamos no caminho certo.
As disputas individuais já haviam acontecido no início do campeonato e mesmo que nenhum dos pinheirenses tenham medalhado, o evento com certeza foi uma grande experiência para os atletas, principalmente para os que participaram pela primeira vez.
Veja os pinheirenses que estiveram no Mundial:
Larissa Pimenta (52kg)
Maria Suelen Altheman (+78kg)
Beatriz Souza (+78kg)
Eric Takabatake (60kg)
Eduardo Yudy (81kg)
Rafael Silva (+100kg)
Ellen Santana (70kg) – convocada para a disputa por equipes.
