A primeira medalha de ouro do Brasil em Tóquio veio do mar, nas mãos de Ítalo Ferreira, o primeiro campeão olímpico de Surfe da história. O campeão mundial de 2019 agora também é campeão olímpico em 2021. Italo Ferreira derrotou o japonês Kanoa Igarashi por 15,14 pontos a 6,60, uma vitória incontestável e definitiva.
Além de vencer a primeira edição do surfe olímpico, Italo ainda vingou a derrota de Gabriel Medina, bicampeão do mundo, vencido por Igarashi nas semifinais que acabou os Jogos na quarta colocação, depois de perder o bronze para o australiano Owen Wright.
Ítalo entrou para a história do surfe, dos jogos e do Brasil graças a uma incrível capacidade de superar obstáculos e uma fé inabalável no seu sucesso. “Diz amém que o ouro vem”, disse ele após a vitória lembrando uma frase que tinha escrito ao lado da cama. “Treinei muito para chegar aqui. Deus realizou o meu sonho”, completou antes de subir ao pódio.
O potiguar repetiu em todas as entrevistas que concedeu em Tóquio que tinha treinado muito para chegar ao ouro e estava preparado para qualquer desafio. Não esperava provavelmente ter que trocar de prancha a 1m50 da bateria finale e a derrota antecipada do rival Medina mas tinha certeza desde o início de que estava na praia de Tsurigasaki para ser campeão. A confiança era tanta que o ouro veio.
A estreia dos esportes radicais no mundo olímpico trouxe até agora duas medalhas de prata e uma de ouro. O resultado ficou além de uma final brasileira no surf masculino e um pódio brasileiro no Skate street feminino, que vinham sendo projetado pelos otimistas mas realizou os sonhos de quem treinou muito e soube perseguir a vitória em todos os momentos de uma competição que estava sendo acompanhada no planeta inteiro.
Foto: Rodolfo Vilela/rededoesporte.gov.br