Newsletter | Depressão, o maior adversário

Estado Mental dos atletas de altíssimo rendimento ocupa o noticiário com Simone Biles.

As duas atletas mais badaladas dos Jogos Olímpicos, Simone Biles da Ginástica Artística e Naomi Osaka do Tênis, foram derrotadas pelo mesmo adversário, a depressão. Deixam Tóquio de mãos vazias, e na bagagem levam a cabeça cheia. Não pode haver um sinal mais eloquente de que a saúde mental dos atletas de alto rendimento, que precisa ser tão bem cuidada como o preparo físico e técnico.

A nota do Comitê Olímpico dos EUA, após a desistência da Biles antes da final geral individual da Ginástica, deixa isso bem claro:   “Após uma avaliação médica adicional, Simone Biles retirou-se da competição individual geral final. Apoiamos de todo o coração a decisão de Simone, e aplaudimos sua bravura em priorizar seu bem-estar. Sua coragem mostra, mais uma vez, por que ela é um modelo para tantos”.

Ao contrário do que a maioria pensa, a depressão é um transtorno mental, e assumir-se vítima dessa patologia em público é um ato de bravura.

Osaka, que teve a honra de acender a pira olímpica na cerimônia de abertura dos jogos e acabou derrotada nas oitavas de final em atuação apática pela tcheca Markéta Vondroušová, por dois sets a zero, com parciais de 6/1 e 6/4.

Uma derrota é normal no Tênis, mas chama atenção pelo fato de Osaka ser a número dois do mundo, enquanto a sua adversária ocupa a 42ª posição no ranking.

Os problemas de Naomi foram anunciados pela própria tenista antes do torneio de Roland Garros, quando ela era a primeira do mundo. Ela chegou em Paris avisando que estava sofrendo com depressão, e que não iria participar de nenhuma entrevista coletiva após as partidas, pois não estava bem. Os organizadores do torneio reagiram mal ao anúncio da tenista japonesa e impuseram as regras obrigando a presença dela nas coletivas. A reação de Naomi foi ainda mais dura. Ela abandonou o campeonato e já avisou que não iria a Wimbledon, para o torneio seguinte.

Biles chegou a Tóquio com status de atleta mais famosa dos jogos. Capa da famosa edição de “Olymic Preview”, também como previsão olímpica da revista americana “Sports Illustrated”, a multicampeã chegou para competir bem mais discreta do que se esperava, e bem menos extrovertida. Cometeu erros impensáveis para uma atleta do seu nível nas provas classificatórias e deixou público o seu estado, quando desistiu de participar da disputa por equipes. “Para não prejudicar as minhas companheiras que trabalharam tanto para chegar aqui”, disse Biles. O anúncio da sua desistência das provas individuais veio quase como uma formalidade.

O momento dramático de Simone e Naomi representa o alerta mais eloquente para pais e técnicos de atletas de alto rendimento. A depressão, uma doença que afetou milhões de pessoas durante a Pandemia, ganha status de um problema que precisa ser combatido com todo o esforço no mundo do esporte e também fora dele.

 

Para ver hoje em Tóquio:

Vale acompanhar os heróis do Brasil no Tênis Feminino (duplas), Boxe e Tiro com Arco. O Vôlei Masculino tem jogo duro contra a equipe do Comitê Olímpico da Rússia, Hugo Calderano tenta chegar às semifinais no Tênis de Mesa, e a Vela entra na fase mais aguda da competição.

Daqui para frente as disputas nos esportes coletivos atingem a fase eliminatória, todo jogo será muito importante. E os times brasileiros de Vôlei e Futebol, estão com muitas chances de medalha, e são atrações garantidas em qualquer apresentação.

Foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br


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