Balanço olímpico – Atletismo ECP | Em Tóquio, Alison dos Santos se iguala ao pinheirense João do Pulo

O corredor e o saltador são os dois representantes do Atletismo na galeria dos medalhistas olímpicos do Esporte Clube Pinheiros

Alison dos Santos se consagrou no Estádio Olímpico de Tóquio ao conquistar o bronze na prova considerada a mais forte entre as 57 do Atletismo disputadas no Japão. Piu, como o pinheirense é chamado conquistou o bronze nos 400m com barreiras, com quebras de recordes mundial, norte-americano e sul-americano respectivamente para os três primeiros colocados.

Também representando o Pinheiros, João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, foi bronze nos Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976. No ano anterior, bateu o recorde mundial do salto triplo com 17m89 no Pan da Cidade do México. A marca do brasileiro foi 45 cm superior ao recorde anterior do russo Saneyev, (17m44 m).

Foram necessários dez anos para que o brasileiro fosse superado. Em 1985, o norte-americano Willie Banks saltou 17m97. João do Pulo conquistaria mais uma medalha de bronze nos Jogos de Moscou, em 1980. Consta que ele teria saltado além dos soviéticos, que teriam “ajustado” os resultados para que os dois atletas da casa ficassem com ouro e prata.

Com um bronze cada, Alison e João do Pulo são os donos das duas medalhas do Atletismo pinheirense na galeria que soma 13 pódios do clube azul e preto, considerado o mais olímpico do País. São nove por cento das 150 medalhas conquistadas pelo Brasil ao longo da história dos Jogos Olímpicos. Natação, Judô e Ginástica Artística são as demais modalidades que levaram o Pinheiros ao pódio em Olimpíadas.

O coordenador de Atletismo do Pinheiros e corredor olímpico, Clodoaldo Lopes do Carmo acompanhou a equipe azul e preta formada por 19 atletas em Tóquio. “Considero a participação dos pinheirenses muito boa. Obviamente nosso principal resultado foi o do Alison, com medalha nos 400m com barreiras mais forte de todos os tempos. Se ele tivesse feito essa marca (46s72) há 40 dias, seria recorde mundial”, celebrou Clodoaldo.

Sabor de vitória – O quarto colocado no arremesso do peso, Darlan Romani, comoveu o País ao relatar que durante a quarentena treinou improvisadamente em um terreno baldio, o que lhe custou uma cirurgia de hérnia de disco. Em seguida, ele e família contraíram covid no início do ano. “Pela superação, o quarto lugar do Darlan tem sabor de vitória, tem de ser encarado com louvor. Foi um grande resultado”, destacou Clodoaldo.

“Quero destacar também a Érica de Sena. Levou uma punição a 300 metros da linha de chegada quando brigava pela prata na marcha atlética de 20 km. Foi uma pena, mas esses três atletas mostraram que chegarão fortalecidos nos Jogos de Paris, em 2024. Ainda tivemos Augusto Dutra (salto com vara), Eliane Martins (salto triplo) e Andressa de Moraes (distância) batendo na trave para chegar às finais, além dos semifinalistas Gabriel Constantino (110m com barreiras) e Paulo André (100m)”, relatou Clodoaldo.

Satisfeito com a participação dos pinheirenses no Japão, o coordenador já projeta 2024. “Para nós, começa hoje o ciclo olímpico para os Jogos de Paris. A campanha em Tóquio mostrou que estamos no rumo certo. Dos 19 que obtiveram índice olímpico neste ano, 12 ou 13 com certeza estarão em Paris. Sem interferência da pandemia, poderemos agora ajustar o planejamento e seguirmos firmes rumo à Olimpíada de 2024” concluiu Clodoaldo, lembrando que o ciclo olímpico será de apenas três anos.

 

Darlan Romani e Alison no pódio (Wagner Carmo / CBAt)