Na segunda edição dos Jogos Olímpicos em Tóquio os organizadores superaram a tragédia da Pandemia com um espetáculo delicado, emotivo e elegante. Caminharam no gelo fino das críticas pandêmicas com menos tecnologia do que muitos esperavam e conseguiram duas imagens que já entraram para a história: O desenho do globo formado por drones estilo “vaga-lume” sobre o estádio olímpico e a tenista Naomi Osaka acendendo a pira high-tech depois de admitir problemas com depressão.
Transformaram o desfile dos atletas em um baile de máscaras que a delegação brasileira aproveitou muito bem, respeitando o isolamento social devido com apenas quatro pessoas.
Para os organizadores japoneses, Tóquio-2020 representa uma visão do futuro com unidade na diversidade. Com 46% de atletas mulheres e a simpática ideia de casais porta-bandeira, a mensagem foi entregue.
O COI vê os jogos de Tóquio como as olimpíadas da Solidariedade. O presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, vê a chama olímpica que está no Japão como “a luz no fim do túnel” escuro da Pandemia. Só que a percepção global de que as autoridades esportivas impuseram a realização dos jogos contra a vontade da maioria do povo japonês (82% dos japoneses disseram aos pesquisadores que são contra os jogos) deixa um ruído na comunicação do COI.
Mesmo incluindo a palavra “Juntos” no famoso slogan “Mais rápido, mais alto, mais Forte”, o COI ainda é visto com desconfiança no Japão.
A cerimônia desta sexta prestou uma justa homenagem aos atletas antigos e aos profissionais de saúde, faltou só uma homenagem mais explícita ao público ausente dos estádios, da festa e da comunidade que corre risco caso os protocolos não funcionem.
De qualquer forma quem acompanhou as 3h de transmissão na tv, e não corre o risco de ser contaminado, saiu contente. Começaram os Jogos Olímpicos. Temos chances de medalha com vários atletas pinheirenses. Agora é só controlar o sono e torcer pelos melhores atletas do universo.
Foto: Reprodução/Tokyo 2020