Os treinos visam a preparação da seleção masculina para a Copa UANA, seletiva para o Mundial de Desportos Aquáticos de 2022
São Paulo (SP) — Pela estrutura que possui, a piscina olímpica coberta do Esporte Clube Pinheiros é uma das escolhidas pela CBDA – Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos para acolher a seleção masculina de polo aquático. Os treinos visam a Copa UANA (União Americana de Natação), tradicional competição para os países das Américas, seletiva para o Mundial de Desportos Aquáticos.
A Copa UANA será de 19 a 24 de janeiro na ABDA, em Bauru (SP), e o Mundial, em maio de 2022 em Fukuoka no Japão. Os treinos no Pinheiros estão divididos em quatro fases e serão conduzidos pelo cubano naturalizado brasileiro, Bárbaro Diaz, de volta à seleção e também treinador do Paulistano, e pelo assistente Roberto Chiappini, coordenador e técnico do Pinheiros.
Na primeira fase (06 a 10/12) os convocados das equipes paulistas, Pinheiros, Paulistano, Sesi e Paineiras, passam por um aprimoramento básico. “O foco inicial é o trabalho é físico-técnico, com exercícios físicos e fundamentos. A parte tática ficará para a próxima semana, em Bauru, onde o grupo todo estará reunido”, esclarece Chiappini.
Para otimizar os treinos, os jogadores foram divididos em três sedes: Pinheiros, em São Paulo; ABDA, em Bauru, e Fluminense, no Rio de Janeiro, cada uma com um assistente escolhido por Bárbaro. A partir de 13 de dezembro todos estarão em Bauru e o Pinheiros voltará a receber os atletas da capital em mais três fases: 20 a 23 e 27 a 30 de dezembro, e de 10 a 13 de janeiro.
“Temos apenas seis semanas para prepararmos a seleção para a Copa Uana, é muito pouco. O torneio será muito exigente porque são apenas duas vagas para as Américas. Como os Estados Unidos já estão classificados, teremos Canadá e Argentina como nossos principais adversários. Passamos a nos preocupar com a Argentina graças ao “legado” olímpico deixado pelos Jogos do Rio”, ironiza Chiappini ciente das necessidades da modalidade.
A reconstrução pós-Rio 2016
Para Chiappini, o polo aquático está arcando com as sequelas da olimpíada brasileira. “Nos Jogos do Rio houve um pico de investimento e depois vieram os problemas financeiros e políticos envolvendo a CBDA e o COB, o que provocou um hiato no polo aquático entre 2016 e o atual momento”, avalia Chiappini.
“Uma das consequências dessa crise, foi a perda da vaga para os Jogos de Tóquio. Agora, mesmo em meio às dificuldades da CBDA, estamos lutando para a reconstrução do polo aquático. O Bárbaro está optando pelo que há de melhor no Brasil e no Exterior, mesclando os mais experientes com os mais novos”, relata Chiappini.
Para o treinador do Pinheiros, já existem alguns sintomas de recuperação da modalidade. “Hoje, existe um equilíbrio entre algumas equipes, o que favorece a evolução. Pinheiros, Sesi, Paulistano, Flamengo e Fluminense se equivalem”, exalta Chiappini. O Pinheiros cedeu para a seleção quatro atletas: Ricardo Guimarães, Thomas Borges, Rafael Vergara e Grummy. O Brasil venceu a Copa Uana em 2019 no Sesi-SP com vitória sobre os Estados Unidos na final.
Fotos: Ricardo Bufolin/ECP