Limites e Permissividades

A personalidade da criança vai se moldando à medida que as famílias passam valores e experiências adquiridos ao longo da vida, para que a criança possa ter uma orientação a ser seguida. No ambiente familiar, além dos pais, os avós e tios/as também entram com responsabilidade de dar bons exemplos para as crianças, uma vez que estas são como um ímã, absorvendo tudo que estiver ao alcance para seu desenvolvimento físico, motor, intelectual e psicológico. Famílias estruturadas emocionalmente têm possibilidades de agir positivamente em situações adversas, durante esse período de aprendizagem das crianças.

Quando falamos de limites e permissividade, entramos em um campo muito delicado, pois os limites são necessários para nossas crianças aprenderem que nem tudo podemos, e quando ela for mais velha saberá lidar melhor com as frustrações impostas pela vida e pela sociedade.
A dificuldade em falar “não” muitas vezes vai ao encontro da culpa de não podermos estar ao lado das crianças, acompanhando seu desenvolvimento diariamente. Com isso, algumas famílias podem achar que fazem a coisa certa quando deixam a criança fazer o que quer e quando quer, criando a ilusão de “eliminação de sua culpa”. Quando a família impõe limites estamos falando de cuidado, carinho e atenção, tão necessários para uma criança.

A partir do momento em que uma mãe ou um pai diz NÃO a seu filho/a, estão tentando proteger a criança de algo que julguem ser prejudicial a ela, pois ninguém nasce sabendo como resolver os problemas que aparecem no dia a dia, e não temos um manual que vem junto com a criança, nos dizendo cada passo a ser seguido em cada situação. Vamos aprendendo a resolver as situações à medida que as experienciamos, que as vivemos. Isso não significa que as crianças não podem opinar. Seria muito bom se os problemas fossem resolvidos em conjunto, chegando a uma resolução melhor para todos. E se você acredita que os pequenos não podem participar, está enganado.
Se for mantido o diálogo, a atenção e o carinho, e se passar clareza e objetividade para resolver uma dificuldade apresentada pela criança,  certamente ela conseguirá entender. Claro que num primeiro momento pode não haver esse entendimento e aparecer a “birra”. Mas se a família conseguir fazer com que a criança vivencie e converse sobre a situação, a probabilidade de compreensão da criança irá evoluindo a cada situação que se apresente.

É possível criar um hábito a partir da inserção e participação intensa das famílias, como por exemplo, a preparação de uma alimentação saudável com a ajuda dos pequenos. Essa pode ser uma aprendizagem mútua, com resultados incríveis de descobertas, experimentações, limites, permissões, cumplicidade, confiança prazer e muito mais conhecimento desse mundo infantil delicioso de vivenciar ao lado dos nossos filhos e netos.

Que este texto traga momentos de reflexão nesses dias difíceis.

Com carinho, cuidado e um olhar positivo para o futuro
Regina