Mês da Consciência Negra

Sabemos que através do alimento podemos conhecer e apreciar o que várias culturas têm a oferecer, agregando, através da boa comida, o valor da diversidade de sabores e da história.

No Brasil, a influência africana foi muito marcada pelos temperos trazidos pelos escravos e a forma de preparo dos alimentos. Sem dúvida, as condições não favoreciam a originalidade das receitas, mas trouxeram sua adaptação e o surgimento de novos pratos que até hoje são os queridinhos dos brasileiros. Essa herança e a mistura dos nossos ingredientes, nos presenteou com delícias que experimentamos hoje.

Com o intuito de oferecer o conhecimento da história de alguns pratos muito apreciados, contemos um pouco da origem de alguns que constam em nosso cardápio.

Consciência Negra - moquecaMOQUECA: Mesmo com a disputa entre a Bahia e o Espírito Santo pela origem dessa iguaria, a influência africana na moqueca baiana pode ser reconhecida pela utilização do leite de coco e o azeite de dendê, que são obrigatórios. Uma certeza nós temos, a panela deve ser a de cerâmica que retém o calor e garante um caldo bem quente por mais tempo.

É um prato que pode ser servido no Restaurante O Ponto, onde o associado poderá saboreá-lo  acompanhado de arroz branco, pirão de peixe (caldo da moqueca com farinha de mandioca), farofa de dendê (opcional) e pimenta tradicional ECP que carrega muita tradição com a pimenta e temperos, conferindo aroma e sabor único.

 

Consciência Negra - feijoadaFEIJOADA: Dividindo o estrelato com o acarajé, a feijoada é também um prato de origem africana que ficou famoso  por todo o Brasil. No entanto, sua origem é um pouco controversa. Há uma versão muito conhecida que conta sobre o surgimento da feijoada nas senzalas, onde os escravos aproveitavam os pedaços de porco que os senhores jogavam fora como pés, orelhas e rabo, e misturavam ao feijão preto que vinham das colheitas. Outra versão conta que os portugueses já tinham o hábito de fazer o prato como um cozido. Quando os africanos passaram a prepará-lo aqui no Brasil, acrescentaram a farofa e a laranja.

É comum ser acompanhada por arroz branco, couve manteiga refogada, torresmo, farofa e laranja. Por ser um prato bem saboroso, é adorado pelos Pinheirenses, sendo a estrela da nossa tradicional “Feijoada Carnavalesca”. Não pode ficar de fora das nossas sugestões, para os Restaurantes Germânia e O Ponto.

 

Consciência Negra - bobó

BOBÓ DE CAMARÃO: O bobó de camarão é um prato típico da culinária afrobrasileira. Ele possui uma consistência cremosa e é feito com camarões que são refogados juntamente com temperos verdes, leite de coco e depois misturados ao purê de aipim e outros ingredientes, o que resulta em um prato muito saboroso. Já conquistou muitos paladares pelo mundo, mas é um prato típico da Bahia. O bobó de camarão é elaborado com ingredientes de origem africana e entre eles podemos destacar o azeite de dendê e a pimenta.

Acompanhado por arroz branco e farofa de dendê, é um prato tradicional na rotina dos Pinheirenses e encontrado no Restaurante CCR.

 

 

Consciência Negra - robalo

ROBALO AO MOLHO YEMANJÁ: A influência africana na cultura brasileira, foi muito marcante em vários aspectos que não só o gastronômico. Os Orixás que são as entidades cultuadas nas religiões de matriz africana, também foram inseridos em nossa cultura pelo costume de oferecer alimentos nos rituais. Ligados novamente à gastronomia, inspira a criação de muitas outras receitas.

Este prato leva o nome da Rainha do Mar porque é representado pelo peixe de água salgada (Robalo) com um molho leve, porém marcante, com referências à culinária africana e comidas que são oferecidas ao Orixá.

O Robalo passa por um marinado aromático, e depois é assado. Acompanha o Molho Yemanjá, um molho aveludado bem marcante com toques cítricos.

 

Consciência Negra - Galeto

GALETO À MOÇAMBICANA: Moçambique é um país da costa oriental da África, banhado pelo oceano Índico e cheio de sabores, aromas de especiarias vindas das Índias, Portugal e Arábia, que transforma a arte de cozinhar em uma experiência incrível cheia de sensações e perfumes. Também é um dos locais que viviam muitos escravos que foram enviados ao Brasil, portanto, muito da cultura hoje inserida quando nos referimos à culinária, devemos aos moçambicanos que aqui viveram e se adaptaram, aproveitando principalmente os temperos que tinham acesso, o frango que sempre foi abundante nos preparos que faziam para a Casa Grande. Um galeto desossado em uma marinada aromática e saborosa leva leite de coco, tradicional da cultura moçambicana, ervas e pimenta para depois ser assada lentamente, servido com polenta cremosa e quiabo salteado. Acompanha, farofa de dendê e Kachumbari uma tradicional salada dos “vizinhos” Quenianos que leva tomate, cebola roxa, limão, pimenta do reino e coentro, refrescante e harmonizando o sabor incrível do galeto. Sugestão: Restaurante CCR

 

Consciência Negra - cocada

COCADA: A sua verdadeira origem no Brasil ainda não é muito bem definida, mas sabe-se que está relacionada aos povos afrobrasileiros dos tempos da colonização. Como os coqueiros eram muito abundantes na costa brasileira, era costume nas grandes fazendas de cana-de-açúcar, ralar o coco e misturá-lo com uma calda feita de açúcar, dando origem à cocada. O doce pode ser mais claro ou mais escuro e com a consistência mais seca ou mais cremosa, dependendo do ponto em que é retirado do fogo.

 

 

 

Consciência Negra - quindim

QUINDIM: O doce originalmente português, chamava-se Brisa-do-Lis e era feito com gemas e açúcar, um clássico da confeitaria tradicional portuguesa, além das amêndoas.

No Brasil, as mulheres africanas não tinham as amêndoas para prepará-lo aos seus senhores e as substituíram pelo coco, tão abundante no Brasil. Com essa criatividade, surgiu uma nova receita que chamaram de quindim e muito apreciado no Brasil.

 

 

 

Consciência Negra - quimbe

QUMBE: Assim como o pé-de-moleque, o quindim e a cocada, doces populares no Brasil, o Qumbe (doce de coco) é uma pequena sobremesa deliciosa de origem africana, mais especificamente da Somália. Tudo indica que ele começou a ser preparado no Brasil com a escravidão entre os séculos XVI e XIX.

Qumbe, que se pronuncia “kumbe”, significa dengo e encanto na língua quimbundo (língua falada no noroeste de Angola), mas na África é empregado como alimento sagrado a Orixá Oxum.

Os doces apresentados, seguem como sugestão para serem vendidas nas lanchonetes. O quindim já é o tradicional queridinho entre os Pinheirenses, a cocada, já é conhecida principalmente nas Festas Juninas. O QUMBE é a novidade apresentada que nos remete exatamente a sua tradução ao português, é um encanto de doce, que agradará ao paladar dos Pinheirenses.

 

 

Imagens meramente ilustrativas

Fontes:

https://www.vortexmag.net/pt-br/15-comidas-tipicas-africanas-que-voce-precisaconhecer-e-provar/

https://cronocaron.com/pt/life-style/2339-top-10-best-african-food-recipes.html

https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:LXwKQHet9kJ:https://receitas.ig.com.br/2021-06-02/prato-tipico–qumbe–o-docede-coco-que-vem-direto-da-culinaria-da-somalia.html+&cd=1&hl=ptBR&ct=clnk&gl=br

https://caramelow.com/qumbe-docinho-de-coco/

https://www.brasileiraspelomundo.com/culinaria-mocambicana-141015859

https://www.portalsaofrancisco.com.br/culinaria/culinaria-mocambicana

https://canalciencia.ibict.br/ciencia-brasileira-3/notaveis/308-camara-cascudo

https://www1.folha.uol.com.br/fol/brasil500/comida6.htm

http://df.divirtasemais.com.br/app/noticia/gastronomia/2014/03/29/

https://www.faecpr.edu.br/site/portal_afro_brasileira/2_IX.php

https://www.fuiserviajante.com/gastronomia/comidas-de-origem-africana/

https://exchangedobem.com/como-e-a-alimentacao-na-africa/

https://www.nocalordofogao.com.br/receitas/farofa-de-dende/