Está chegando o momento de sentirmos um frio na barriga novamente e torcermos pelos nossos atletas, que mais uma vez colocarão em prática cinco anos de treinando, aperfeiçoamento e esforço na realização do sonho de mais um ciclo olímpico. Desde 1936, em Berlim, até os Jogos Rio 2016, são 18 Olímpiadas em que os pinheirenses marcaram presença com 12 medalhas ao longo do caminho: um ouro, três pratas e oito bronzes, distribuídos entre natação, atletismo, judô e ginástica artística.
Desde a última edição que disputamos em casa e contamos com o recorde de 62 participantes, já iniciamos a preparação para o próximo ciclo. E para a surpresa de todos, algo inesperado aconteceu, com os Jogos de Tóquio de 2020 adiados para 2021 devido à pandemia.
Tóquio 2020/2021
A partir de 2017, quando foi dada a largada em busca da vaga olímpica para Tóquio, nossos atletas superaram vários enfrentamentos: modificações em treinos, adaptações na alimentação, cirurgias, tratamentos e o mais inusitado de todos os fatores, a quarentena que interferiu diretamente na preparação.
Cada passo de cada um dos atletas foi dado minuciosamente visando o objetivo final: os Jogos de Tóquio. Em meio ao árduo caminho, o Pinheiros se destacou no cenário esportivo mundial, conquistando títulos importantes como, os dos revezamentos masculino 4x200m livre da natação no Mundial de Piscinas Curtas em Hangzhou, na China (2018) e o 4x100m do atletismo no Mundial em Yokohama, no Japão (2019).
Na esgrima, a italiana naturalizada brasileira, Nathalie Moelhausen, conquistou a prata na espada no Mundial de Budapeste e na Ginástica Artística, Arthur Nory foi campeão da barra fixa no Mundial em Stuttgart, na Alemanha (ambos em 2019). Nos Jogos Pan-americanos de Lima, no Peru (2019), o Brasil obteve sua melhor campanha na competição, com 171 medalhas. A atuação dos pinheirenses refletiu diretamente no resultado, com 45 pódios.
Tudo caminhava na normalidade no início de 2020 na contagem regressiva para os Jogos de Tóquio, previstos inicialmente para começar em 24 de julho de 2020. A partir de do final de 2019, porém, chegaram informações sobre um vírus identificado em Wuhan, na China, inicialmente considerado como uma misteriosa espécie de gripe, que poderia evoluir rapidamente em pneumonia.
Aqui no Brasil chegamos a comemorar o Carnaval, um dos eventos mais aguardados não só pela população do País, mas também pelos turistas do mundo inteiro. Não demorou para que o vírus chinês chegasse a outros países, com a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarando pandemia em 11 de março. Era a Covid-19, nome dado à doença causada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2).
Poucos dias depois viria o anúncio inesperado, pela primeira vez na história dos Jogos, a Olimpíada estava adiada por um ano. Anteriormente, só foram postergados devido a Segunda Guerra Mundial. A decisão se fez necessária com adesão praticamente unânime dos comitês de diversos países, inclusive do Brasil, posicionando-se em favor da preservação dos atletas e da população em geral.
Com os Jogos adiados, tendo a nova data prevista para 23 de julho de 2021, não só atletas como a população mundial iniciou uma grande disputa, desta vez não esfera esportiva, mas sim contra um vírus letal, devastador, que deixou vítimas em todas as partes do mundo.
Com clubes e locais de treinos fechados, competições canceladas e uma rotina totalmente alterada, foi preciso adaptar-se ao “novo normal”. Em 2021, os esforços se intensificaram no combate ao vírus, principalmente com a esperança da vacina para vencermos o “adversário invisível”.
Voltamos a concentrar nossas energias e a emanar pensamentos positivos, com disciplina e otimismo, para que os Jogos Olímpicos sejam disputados de maneira tranquila e segura. Que a maior confraternização da Terra nos traga esperança, alegria e a mensagem de que “dias melhores virão”, para toda a humanidade.
Ilustrações: Polar, Ltda.