Jairo Klug e Claudia dos Santos conquistaram medalhas de ouro e levaram o Pinheiros ao título brasileiro Remo na Raia Olímpica da USP
Os remadores Jairo Klug e Claudia dos Santos foram os responsáveis pelo título paralímpico do Esporte Clube Pinheiros no Campeonato Brasileiro Interclubes (CBI) de Remo Barcos Curtos neste domingo (8/5) na Raia Olímpica da USP. A conquista foi dividida com o Clube de Regatas Aldo Luz, de Florianópolis, que também obteve duas vitórias. O Flamengo ficou em terceiro no ranking paralímpico.
O Flamengo também foi o campeão geral do CBI com oito vitórias em 24 provas, seguido pelo rival Botafogo, com o Corinthians na terceira colocação. O Interclubes reuniu 199 atletas de 31 clubes de 12 estados e foi organizado pela CBR – Confederação Brasileira de Remo, em parceria com o Pinheiros, anfitrião do evento.
Jairo venceu a prova Dois Sem dos 2.000m PR3, ao lado de Valdeni Jr, do Clube Náutico Martinelli, de Florianópolis. Ambos sobraram na raia, chegando 19 segundos à frente da dupla do Sport Clube Recife. A também experiente Claudia foi absoluta na prova individual dos 2.000m PR1, com o tempo de 13 minutos cravados.
A remadora enfatizou a vitória da superação. “Para mim significa muito. Que vitória! Depois dos Jogos de Tóquio passei por uma cirurgia, peguei infecção hospitalar e fiquei cinco meses parada. Perdi muita massa muscular e ganhei gordura. Pensei até em parar de remar”, revelou Claudia, que já estabeleceu a próxima meta: o Mundial de 2022 em setembro na República Tcheca.
Porém, com o incentivo da equipe do Pinheiros, a atleta repensou melhor. “Desistir jamais, o remo é a minha vida. Quero ir para a minha quinta paralimpíada em Paris. Estou com 80 a 85% das minhas capacidades física e técnica. Eu respire remo”, afirmou a pinheirense campeã mundial em 2007 em Munique e finalista nas quatro últimas paralimpíadas, além de uma prata e um bronze em Mundiais.
Jairo também expressou sua alegria ao receber a medalha de ouro. “Estou muito feliz com essa vitória. É a minha quarta no Brasileiro, sempre com parceiros diferentes. Agora é pensar no Mundial da República Tcheca. A CBR deve optar pela participação do barco Double Misto (dois homens e duas mulheres) porque o Dois Sem não é olímpico”, destacou o remador bicampeão mundial e top dez nos Jogos Paralímpicos de Londres e Tóquio.
Primeiros degraus – Além de Jairo e Cláudia, o Pinheiros chegou ao pódio na prova de 2.000m Peso Leve com a medalha de prata da dupla Matias Boledi e Olavo Pelegrino, apenas quatro segundos atrás dos flamenguistas David de Souza e Vangelys Pereira. A jovem Rafaela Pochini foi a quarta colocada nos 1.500m Júnior B em sua primeira competição official.
O coordenador técnico Alexandre Martins enalteceu o desempenho dos remadores pinheirenses no CBI. “Jairo e Claudia são absolutos nas categorias deles. Estão subindo seus primeiros degraus rumo aos Jogos de Paris. Olavo e Matias competiram oficialmente em dupla pela primeira vez. Mostra que o trabalho está no caminho certo. Queremos recuperar o atraso da pandemia para que ainda disputem a seletiva olímpica para 2024”.
Para a treinadora Vanessa Varga, o momento é de reconstrução. “Durante a pandemia, as equipes Júnior B (15 e 16 anos) e Júnior A (17 e 18 anos) praticamente se dissolveram. Estamos com os remadores da iniciação em desenvolvimento após sete meses parados. E há mais um agravante. Devido a problemas na federação, estamos sem campeonato estadual, enquanto os demais estados estão competindo”.
Base rumo a Los Angeles 2028 – Fundamentado na principal característica do clube, a formação de atletas, o diretor de Remo do Pinheiros, Ricardo Rojas, confirma que as metas estão projetadas a longo prazo. “O objetivo é investir na base, visando o ciclo olímpico para os Jogos de 2028, em Los Angeles. Nosso maior Sonho é vermos um remador pinheirense na Olimpíada”, deseja Rojas.
O Interclubes de Remo Barcos Curtos contou com apoio do CBC – Comitê Brasileiro de Clubes. Os resultados contarão para o ranking da confederação como referência para a convocação dos remadores do País para as competições internacionais de 2022. As atividades da CBR na raia Olímpica da USP foram custeadas pelos Comitês Olímpico e Paralímpico Brasileiro.
Fotos: Ricardo Bufolin/ECP