Série #VidadeFisio – Ana Clara B. Romancini

Por que escolheu estudar Fisioterapia? O que o motivou? E o porquê a fisioterapia desportiva?
Sempre gostei da área da saúde. Acabei indo para a fisioterapia pela ideia de ter o contato constante com o paciente e acompanhar cada pequena evolução. Logo que entrei na Faculdade já sabia que queria trabalhar na área ortopédica e acabei sendo “apadrinhada” pelo professor de fisioterapia esportiva.

Como começou a sua história no Esporte Clube Pinheiros?
Minha admiração pelo clube já vinha enquanto torcedora, mas a minha história no Pinheiros começou em 2014, tinha acabado a especialização em fisioterapia esportiva e fui convocada para os acampamentos da Confederação brasileira de handebol. Naquele ano tinham muitas atletas do Clube na seleção e acabei tratando de várias delas. Comentaram que o ECP estava contratando fisioterapeutas, entrei em contato e em poucos dias estava trabalhando aqui como responsável pelo handebol e vôlei feminino base.

Atualmente você atua em qual modalidade? Como é fazer parte da equipe, o dia a dia com os atletas?
Handebol feminino. O clube e as equipes femininas de handebol são a minha segunda casa. Só tenho a agradecer por fazer parte dessa modalidade que eu tanto amo e desse Clube pioneiro e referência em esporte na América Latina. Abdicamos de finais de semana, feriados, recebemos mensagens de madrugada, o treino das meninas acaba as 22h todos os dias,mas ver as atletas prontas nas competições faz tudo isso valer a pena.

Já participei e conquistamos títulos:

Campeonato Paulista em todas as categorias feminino;

Brasileiro cadete, juvenil e Junior;

Sul Americano sub-16;

Liga Nacional de handebol;

Pan de Clubes adulto feminino 2017.

Quais foram as principais competições que já acompanhou?
Antes do Clube estive em campeonatos brasileiros e mundiais de vôlei de praia, brasileiro de futebol feminino, nas olimpíadas de Inverno em Vancouver 2010 e estive como fisioterapeuta na arena de handebol nas olimpíadas do Rio 2016. Mas guardo com muito carinho todos os títulos que conquistei no Pinheiros, em especial meu primeiro título, (brasileiro sub-16 fem). Outro momento especial foi ter recuperado a Bitolo nas suas graves lesões, o primeiro jogo dela e o primeiro gol que ela fez no mundial desse ano foram muito emocionantes para mim.

Um momento ou alguns momentos memoráveis na sua carreira?
Todos os dias à beira da quadra ou dentro da quadra estamos todos em busca do mesmo objetivo. Os treinadores e preparadores físicos ajudam muito no meu trabalho, Alex, Maurício (treinadores) e o Cláudio (preparador físico) estão sempre disponíveis a ouvir e trocar experiências, afinal todos queremos o mesmo objetivo. Desde o momento que fui contratada pelo Pinheiros já percebi que  seria uma caminhada de muito aprendizado. Poder fazer parte do dia a dia e ter a confiança de atletas que são referência na modalidade (Bitolo, Mayara fier, Ana Cláudia, Fran dentre outras) e dos melhores treinadores do país me fazem crescer dia após dia.

Um fisioterapeuta, assim como um preparador físico, o técnico ou outro membro que faça parte de uma equipe multidisciplinar, vibra e comemora as conquistas dos atletas como se fossem sua? Como é lidar com este sentimento em um ambiente de competição?
Acredito que seja nunca se acomodar, a todo momento precisamos buscar mais, outras opções de tratamento, outra estratégia de prevenção… pois precisamos fazer os atletas voltarem o mais rápido e da melhor forma possível. Sem dúvida a estrutura que o Clube nos oferece ajuda e muito ao nosso trabalho ser diferenciado, não só com materiais de ponta mas com a constante troca de informações e discussões que temos com os demais fisioterapeutas, todos tem algo a somar e são referência nas suas modalidades.

Você tem algum protejo paralelo ao Clube? Conte como é.
A minha dedicação ao Clube é praticamente exclusiva e faço atendimento home care. Mas gostaria muito de auxiliar em algum projeto social vinculado ao handebol, temos atletas muito bons que ficam pelo caminho devido à falta te tratamento de qualidade nas lesões.

Para finalizar, deixe um recado para quem quer ser um fisioterapeuta. Que dicas daria?
Hoje o Brasil é referência na fisioterapia esportiva mundial, e isso se dá ao alto número de profissionais capacitados que se dedicam e fazem o trabalho com muito amor.