Pinheirenses na seleção (ECP / Divulgação)
Com a estrutura do Pinheiros à disposição, equipe masculina iniciou o ano com treinos intensos para o Centro-Sul-Americano, em Recife
São Paulo (SP) – Considerando-se os atletas que passaram pelo Pinheiros desde 2007, o treino da seleção brasileira masculina nos ginásios do clube, pode ser confundido com um coletivo do Handebol Azul e Preto. Dos 21 convocados, 12 foram formados na base pinheirense ou projetados pelo time adulto. A seleção treina de 3 a 19 de janeiro nas instalações do Pinheiros com meta no Centro-Sul-Americano.
O torneio continental será realizado de 25 a 29 de janeiro em Recife e o campeão garantirá vaga no Mundial de 2023, com sedes na Polônia e na Suécia. A equipe seguirá para Pernambuco no dia 20. Além da vaga no Mundial, a seleção buscará a retomada da hegemonia nas Américas. O técnico Marcus Tatá, também do Taubaté, levará para Recife 18 atletas.
A maioria dos formados no Pinheiros estão na Espanha: Thiagus Petrus e Haniel Langaro (Barcelona), Léo Dutra (Logrono) Rudolph e Cesar Bombom (Huesca), João Silva (Puente Gentil), Tarcísio (Valladolid), Arthur Pereira (Anaitasuna) e Matheus Silva (Bidasoa). Pedro Pacheco joga na Eslováquia (Presov); Raul Nantes, na Romênia (Bucarest) e Gustavo Rodrigues, na França (Mont Blanc).
O coordenador e treinador do Pinheiros, Sergio Hortelan, acompanhou um dos treinos da seleção e falou com carinho da satisfação de encaminhar dezenas de jogadores às principais equipes da Europa ao longo de seus 28 anos de Pinheiros. “Sinto-me feliz demais por ter trabalhado com eles e por constatar que o Pinheiros cumpriu sua missão, direcionando os atletas, não apenas ao alto rendimento, mas à seleção brasileira”.
Apesar de treinar o arquirrival Unitau Taubaté, o técnico da seleção expressou sua gratidão ao Pinheiros. “Quero agradecer ao Esporte Clube Pinheiros por nos oferecer sua estrutura completa para que possamos treinar com máxima qualidade: quadra, academia, refeitório, lavanderia… Temos tudo o que precisamos”, reconheceu o treinador Tatá, no comando da seleção desde 2020.
Início do ciclo olímpico – A apenas dois anos e meio dos Jogos de Paris, o técnico da seleção o técnico da seleção inicia agora o trabalho rumo à competição de 2024. “Estamos iniciando um ciclo olímpico encurtado e no meio do caminho teremos os Jogos Pan-Americanos no Chile, em novembro de 2023. Só o campeão terá vaga na Olimpíada”, alerta Tatá, que treinou a seleção nos Jogos de Tóquio.
Em relação ao Centro Sul-Americano, o treinador destaca que o torneio exigirá uma equipe eficiente. “Respeitamos todos os adversários, mas duas seleções merecem atenção especial. Argentina, Chile e Brasil estão no mesmo patamar. Por isso iniciamos o ano treinando forte, priorizando as partes física e técnica, além dos treinos táticos, para fortalecermos especificamente defesa e ataque”, avaliou o técnico da seleção.
Força pinheirense – Há dez anos atuando nos principais times da Europa, Thiagus Petrus defendeu o Pinheiros por cinco anos, de 2007 a 2011. “Todo atleta que jogou no Pinheiros, guarda um carinho especial pelo clube. Voltar a treinar nesta quadra (Poliesportivo Henrique Villaboim) depois de dez anos é muito emocionante”, expressou o armador do Barcelona, considerado um dos melhores defensores do handebol mundial.
“A rotina estabelecida pelo Pinheiros, desde que vim para o juvenil até o adulto, fez a diferença quando cheguei à Europa. O espírito de treinar com intensidade e a cultura da dedicação ao trabalho foram os legados que adquiri no Pinheiros e levei comigo”, enalteceu o atleta de 1m98, natural de Juiz de Fora (MG) e ganhador de três medalhas em Jogos Pan-Americanos: ouro em Toronto (2015), prata em Guadalajara (2011) e bronze em Lima (2019).
A exemplo de Petrus, o ponta Rudolph Hackbarth, atuou por quatro anos no adulto do Pinheiros antes de partir para a Espanha. “O sentimento de gratidão pelo clube, permanece, principalmente em relação ao Hortelan e ao Alex (treinadores). Muito do que aprendi devo ao Pinheiros”, disse o atleta de 27 anos, do Huesca.
“Quando cheguei ao Pinheiros em 2016, eu não imaginava chegar tão longe, mas o Hortelan me fez acreditar que seria possível. Falou inclusive que eu jogaria nas Olimpíadas, e foi justamente o que aconteceu no ano passado em Tóquio”, recorda Rudolph, que competiu no Japão ao lado de outros jogadores formados no Pinheiros como, Petrus, João Silva, Haniel, Gustavo e Léo Dutra.
O desafio da preparação física – O fim do primeiro turno da temporada europeia coincidiu com as finais dos campeonatos no Brasil, entre os quais, Paulista e Liga Nacional. A flexibilidade das restrições da pandemia no segundo semestre de 2021 provocou o acúmulo de jogos, disputados a cada dois ou três dias, o que causou desgaste físico e até lesões nos atletas.
O preparador físico Claudio Machado é o único integrante da seleção que permanece no Pinheiros. “Criamos um monitoramento à distância para sabermos em quais condições eles se apresentariam à seleção para adequarmos os treinos conforme as necessidades de cada atleta. Com o desgaste físico, inclusive lesões de alguns, precisamos preservá-los e ao mesmo tempo prepará-los para um campeonato que está para começar”.
Ciente da responsabilidade, Claudio enfrenta o desafio com satisfação. “Reencontrar os atletas do Pinheiros na seleção traz o sentimento de um sonho realizado. Joguei nesta quadra com Petrus, Cesar Bombom e Raul. Com Pacheco, por exemplo, trabalhei desde o infantil. Só o Pinheiros proporciona a possibilidade de acompanharmos os atletas desde as categorias de base até o adulto” reverenciou o preparador pinheirense, associado do Clube Azul e Preto desde que nasceu.